Letícia Zanini

Você continua (sorr)indo?

Em tempos de incertezas e uma busca incansável por ser feliz, importante refletirmos como nos sentimos diariamente, não apenas quando um evento incrível ou nocivo nos acontece. É preciso pensar sobre o quanto nos divertimos nas pequenas ocasiões da vida, e então, a pergunta de cima começa a fazer sentido: você está indo ou sorrindo? O sorriso é uma expressão que simboliza momentos em que estamos nos divertindo, apreciando e gostando de vivenciar, mas é preciso estar atento, eles acontecem mais vezes do que imaginamos.
A grande sacada e também complexidade do tema, é que precisamos estar atentos aos motivos que nos fazem sorrir ou apenas ir, o conceito é individual. Essa busca constante por motivos externos que promovam sensações de felicidade e prazer nos torna míopes e faz com que desvalorizemos algumas etapas, e arrisco dizer que é a principal razão de, por vezes, nos sentirmos frustrados ou diminuídos. Não adianta buscar no externo se não alimentar a felicidade interna.
Viver buscando por motivos para sorrir pode trazer um efeito reverso e cheio de dúvidas, o mais coerente é enxergamos no dia-dia, no gerúndio mesmo, indo, se movimentando é que os motivos acontecem e as vezes escorrem por entre os dedos. Quanto mais você perceber estes momentos, menos vai se cobrar internamente de ter que sentir isso e então, a felicidade não se torna exaustiva.
Nossa realidade cultiva muitas situações que nos torna embotados em relação ao que sentimos, o sucesso é um exemplo, como se ele viesse isolado de fracassos. Me parece que as pessoas não se interessam por histórias de fracasso, só olham para o resultado final, o sucesso, aquilo que as pessoas mostram e evidenciam. A mesma coisa acontece com a tristeza, embora todos nós sintamos essa emoção, falar sobre ela ou cultivá-la, nos envergonha. E quanto menos falamos, mais tempo demoramos para sorrir novamente.
Portanto, é preciso estar disposto a fracassar, chorar, para que possamos ao longo do processo, amadurecermos como pessoas e profissionais. Ria até chorar e vice-versa, ou até compreender que se continua apenas indo, é porque você ainda tem o quê aprender. Chore sim, mas não desista de sorrir! É isso que as pessoas que você admira hoje, pelos resultados atuais, fizeram, persistiram. E aí, vamos aceitar que somos vulneráveis? Mas sem se conformar com as mudanças que ainda não aconteceram. Que você continue indo… sorrindo!

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