Gabriela Pedroso

Você ainda usa relógio?

Existem coisas com as quais estamos simplesmente acostumados. Fazemos certas coisas e agimos de determinadas maneiras porque é assim que as coisas são. Não questionamos, não mudamos, apenas repetimos. Mas isso não dura para sempre. De vez em quando surgem pessoas que desafiam o senso comum e provocam verdadeiras revoluções no modo em que se vive. São aqueles que percebem alguma inconsistência nos padrões repetidos e, em um determinado momento, criam soluções inovadoras para um problema que nem sabíamos que existia.
Semana passada eu assisti a uma palestra no youtube sobre educação, realizada em 2010. O palestrante se chama Sir Ken Robinson e ele fez uma dinâmica altamente interessante com o público. Ele perguntou: “Quem aqui tem mais de 25 anos”. Boa parte das pessoas levantaram a mão. “Quem tem menos de 25”? Outras pessoas levantaram. “Dentre as pessoas com mais de 25, quantos estão usando relógio de pulso?”. Quase todos estavam com relógio. Em seguida ele completou: Vocês usam relógio porque simplesmente foram ensinados a usar relógio e continuaram a usar. As pessoas mais novas não enxergam utilidade nenhuma em um relógio. Nós vivemos em um mundo digital, as horas podem ser vistas em qualquer lugar.
Talvez hoje você não use mais relógio, mas lembre de como era em 2010. No ano passado, eu e o meu marido decidimos cancelar a TV a cabo. Nós também não temos recepção de TV aberta em casa, e isso não faz diferença alguma. Tomamos essa decisão porque 90% das vezes que ligávamos a TV era para assistir algo no Netflix ou Youtube. Nós escolhemos a nossa programação. Fazer essa escolha hoje é possível porque algumas pessoas questionaram a validade da televisão em seu formato original e decidiram criar algo diferente. É esse tipo de pensamento, de que as coisas não precisam continuar como estão, que nos levam ao crescimento e evolução como sociedade.
Essa ruptura com os padrões ocorrem de tempos em tempos através dos séculos, e podemos observar em diversos momentos da história. Seja Martin Luther King ou Steve Jobs, foi o poder de pensar por si mesmos e fazer os questionamentos certos que os levaram ao status de revolucionários, de inovadores, de líderes. Por que as coisas são como são? E se fossem de outro jeito? E se você começar a olhar para a sua vida com olhos mais curiosos e passar a procurar por padrões de comportamento que não fazem tanto sentido assim? Por que a sua vida é como é e você faz o que faz? E se fosse de outro jeito? Questione o seu senso comum, desafie-se, revolucione. Pare de viver a vida que foi criada para você e torne-se o autor da sua própria história.

Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br

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