Gabriela Pedroso

E se eu não colocasse um título?

Essa semana eu fiz um site. Bom, algo perto disso. Não foi a primeira vez e provavelmente não será a última, e eu não precisei ter nenhum conhecimento de programação ou habilidades tecnológicas surpreendentes para fazê-lo. Isso me faz lembrar de quando eu era criança e via meu irmão mexendo no MS DOS, num computador 286. A única coisa que eu sabia fazer naquele computador era acessar os jogos, e mesmo assim era fascinante.
Hoje, quase 25 anos depois, escrevo esse artigo no meu notebook, que não tem drive de disquete (óbvio), nem de CD, o que não me faz falta nenhuma. Há quanto tempo eu não vejo um CD? Ok, não vem ao caso, até porque o assunto desse artigo não é exatamente esse. Eu não estou aqui para falar de passado, mas sim de futuro. Nas aulas de história costumavam dizer que olhar para o passado e entendê-lo era uma forma de prever o futuro. Só que eu já não sei se essa premissa se aplica. Talvez para os erros. E nesse caso, entender os nossos erros servem para prevenir um futuro indesejado, não necessariamente prevê-lo.
Gabriela, você pode por favor ir direto ao ponto? Sim, eu posso. O ponto é que soluções velhas não resolvem problemas novos. E não apenas do ponto de vista tecnológico. Trata-se de cada um de nós desenvolver a capacidade de olhar para as situações com uma perspectiva inquisitiva e inovadora, procurando alternativas e caminhos que não parecem óbvios num primeiro momento. E sabe o que é o mais legal? Essa não é uma habilidade que nasce apenas com os gênios, inventores ou pessoas que costumamos rotular de “criativas”. Qualquer um de nós pode inovar, desde que estejamos atentos para isso.
Talvez você esteja pensando: “Olha, isso não é para mim”. “Eu já estou no meu caminho, vivo a minha vida, não tem por que ficar pensando nessas coisas”. Bom, sinto muito informar você, mas essa será uma habilidade essencial para todos nos próximos anos, e se você não correr ficará para trás. Ninguém está pedindo para você criar um novo elemento químico ou encontrar uma solução definitiva para a mobilidade urbana. Claro que se você quiser fazer qualquer uma dessas coisas fique à vontade, mas não se trata apenas das coisas grandiosas. É aí mesmo, no seu dia a dia, que a sua capacidade de encontrar novas alternativas fará toda a diferença.
Mas como fazer isso? Como desapegar do que já conhecemos e olhar para o futuro na busca de soluções? Existem várias maneiras de treinar essa mudança de perspectiva. Para começar, eu quero estimular você a fazer apenas duas perguntas com muito mais frequência do que costuma: “Por que?”, e “e se?”. Reflita, pergunte mais. Questione. Associe. Esse é o primeiro passo para a inovação. É por isso que não usamos mais disquetes, tomamos banho de chuveiro e podemos pedir uma pizza em casa. O que pode mudar na sua vida, para a melhor, ao fazer essas perguntas a si mesmo? Faça o teste. Depois me diga como foi.

Gabriela Besen Pedroso – www.gabrielapedroso.com.br

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