Leonardo Boff

Trump: uma nova etapa da história? (Final)

O “primeiro” (first) aqui deve ser entendido como “só (only) os Estados Unidos vão contar”. Radicaliza sua visão ao término de seu discurso com evidente arrogância:”Juntos faremos que os Estados Unidos voltem a ser fortes. Faremos que os Estados Unidos voltem a ser próperos. Faremos que os Estados Unidos voltem a ser orgulhosos. Faremos que os Estados Unidos voltem a ser seguros de novo. E juntos faremos que os Estados Unidos sejam grande de novo”.Subjacente a estas palavras funciona a ideologia do “destino manifesto”, da excepcionalidade dos Estados Unidos, sempre presente nos presidentes anteriores inclusive em Obama. Quer dizer, os Estados Unidos presumem possuir uma missão única e divina no mundo, a de levar seus valores de direitos, da propriedade privada e da democracia liberal para o resto da humanidade.
Para ele o mundo praticamente não existe. E se existe é visto de forma negativa. Quebrou os laços de solidariedade para com os aliados tradicionais como a União Européia e retirou-se da cena internacional deixando cada país livre para eventuais aventuras contra seus contendores históricos e abrindo espaço para o expancionismo de potências regionais eventualmente incluindo guerras letais.
Da personalidade de Trump se pode esperar tudo. Habituado a negócios tenebrosos como são, de modo geral, os empreendimentos imobiliários novaiorquinos, sem qualquer experiência política, pode deslanchar crises para a sociedade norte-americana e altamente ameaçadoras para o resto da humanidade, como por exemplo, uma eventual guerra contra China ou a Coreia do Norte, onde não se exclui a utilização de armas nucleares.
Sua personalidade denota características psicológicas desviantes; é narcisista, com um ego super-inflacionado, maior que seu própro país.
A frase que nos assusta é esta:”de hoje em diante uma nova visão governará a terra”. Não sei se está pensando apenas nos Estados Unidos ou no planeta Terra. Provavelmente as duas coisas para ele se identificam. Se for verdade, teremos que rezar para que o pior não aconteça para o futuro da civilização.

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