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Sem motivos para comemoração: De portas fechadas, museu Anita Garibaldi completa 66 anos

Ainda que tenha passado despercebido, o Museu Anita Garibaldi comemorou seu aniversário de fundação no último dia 17.
Fechado para reforma no dia 30 de agosto de 2019, o espaço segue arrastando promessas de reabertura pela anterior e a atual administração municipal.
Construído em 1747, segundo os livros “Laguna Memória Histórica”, de Ruben Lima de Ulysséa, e “Laguna Antes de 1880”, de João Leonir Dall’ Alba o prédio sediou a Câmara e a Proclamação da República Juliana, depois a cadeia pública e já em ruínas, até a garagem da prefeitura, Centro Cultural Antônio Guimarães Cabral e após uma ampla reforma, o Museu, inaugurado em 17 de abril de 1956, dentro das comemorações do Centenário da Comarca, cuja oficialização aconteceu pela lei municipal 222, em 15 de outubro de 1956, pelo então prefeito Walmor de Oliveira.
Todo o movimento para implantação do Museu teve à frente o saudoso João Thomaz Marcondes de Mattos, então Juíz de Direito da Comarca, pai do empresário Fernando Marcondes de Mattos (proprietário do Costão do Santinho, na capital).
O museu, até fechar suas portas em 2019, registrava em seu acervo peças e documentos que retratam a época histórica da Guerra dos Farrapos e da Revolução Farroupilha, e também da vida doméstica de Anita e Giuseppe Garibaldi. Continha também armas usadas nos conflitos dos guerrilheiros.

O que diz a Fundação a respeito do Museu Anita Garibaldi

Contatada na tarde de quarta-feira, 20, a Presidente da Fundação Lagunense de Cultura Vanere Rocha, solicitou que as respostas feitas pela equipe do JL fossem dadas pela Supervisora de Patrimônio Francielen Meurer.
Sobre a demora na reabertura, foi explicado que: “Temos um inquérito civil do Ministério Público, desde 2018, ao qual estamos respondendo, com itens que temos que cumprir e por isso que o museu foi fechado, principalmente; eles tiveram uma preocupação no que diz respeito ao acervo. Então, desde 2018 – gestão municipal anterior -, na época a Supervisora era uma museóloga que nos orientou a fazer o arrolamento, que é uma catalogação inicial de todo acervo do museu. Então pegamos as peças do museu, colocamos a descrição, o tipo de material, a técnica, autor e data quando tem, o estado de conservação, tudo em uma planilha, um número de catalogação, seguindo todas as orientações atuais. Encerramos esse arrolamento essa semana. Vamos fazer uma audiência pública para apresentar o arrolamento e do projeto de restauro e a nova proposta museográfica, na semana dos museus que ocorrerá de 16 a 22 de maio, e essa audiência será 18, quando é comemorado o Dia Internacional do Museu, no Cine Mussi, às 18h. Em breve divulgaremos a programação do museu. Temos um projeto de restauro trabalhando toda parte de iluminação, humidade e segurança que devem ser pensadas para o acervo, como reboco das paredes, forro do banheiro, questões elétricas para resolver e os mobiliários que não são mais adequados”, concluiu.
Cabe ressaltar que o projeto citado por Francielen foi iniciado na gestão municipal anterior e finalizado nesta e que agora a Fundação aguarda recurso – sem previsão – para licitar a execução da obra. Logo, ficando a certeza de que tão cedo não teremos o museu reaberto.

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