Perfil

Perfil – Emeri Shultz

Na semana em que foi lembrado o dia mundial de combate ao câncer, nada mais justo que o JL reverenciar uma das figuras que tem sua história de vida unida a trajetória da Rede Feminina de Combate a esta triste doença: Emeri Shultz. A preocupação com o bem-estar do próximo, acompanha a voluntária desde a adolescência, que recorda as viagens realizadas à terra natal, Curitiba, onde passava férias na casa de parentes, e oportunidade a qual já realizava visitas aos hospitais: “Desde menina, sempre gostei de ajudar. Acredito que está no sangue”, brinca. Filha de dona Gênia, que goza de saúde plena, aos 97 anos, e do saudoso “seo” Frederico Schultz, coordena a Rede de Laguna há exatos 35 anos: “Foi de forma inusitada. Não fui buscar. Quando vi já estava à frente do projeto e com a ajuda das voluntárias os anos foram se passando e até hoje vamos tentando levar um auxílio aos que estão passando por um momento tão delicado na vida”. A presidente, faz questão de frisar o importante papel de toda equipe: “Eu e a Katia Kfouri, por termos mais intimidade com o universo da culinária, nos dedicamos na confecção dos doces e salgados que são vendidos nos bailes da terceira idade e no centro da cidade. Enquanto isso, uma outra equipe sai para a parte das vendas, outras vão em busca de donativos e de ingredientes para fazer estas guloseimas, enfim, cada uma dá o que tem de melhor, e é esta mistura de vocações que nos permite auxiliar as mais de 125 pessoas que nos procuram mensalmente”. Para se ter uma ideia, em um mês, a Rede chega a movimentar até R$ 7.000,00 em gastos: “São passagens de ônibus para realização de rádio e quimioterapia, compra de remédios, cestas básicas e do que mais for preciso”, esclarece, sem deixar de acrescentar que além do auxílio financeiro, há também algo que o dinheiro não pode comprar: “Queremos tornar este momento o mais humanizado possível. Sabemos o quanto a pessoa fica frágil e que é desumano sair de uma ambulância às 4 horas para realizar uma quimioterapia e retornar apenas ao final do dia. Pensando nisso, aos que tem possibilidade de transporte, viabilizamos o combustível ou o pagamento de uma consulta em uma cidade mais próxima, enfim, tudo que possa facilitar”. Muito mais que voluntária, Emeri acredita que o papel de mulher e um pouco mãe é exercitado a cada visita realizada: “É muito bom poder passar um pouco de confiança, fé e incentivo a quem necessita, o verdadeiro remédio que não tem na prateleira. Neste momento é preciso despertar a esperança na vida. Adentrar as casas das pessoas mais humildes e levar tudo isto é reconfortante não apenas para quem recebe, mas para quem se doa”. Quando o assunto não é a Rede, ela procura dedicar o seu tempo as maiores paixões: “Faço meu trabalho como doceira, o que consome grande parte do meu dia, que é sempre agitado. Fora isto, me dedico aos cuidados com minha mãe, que requer muito carinho e dedicação”. Sem data fim para a solidariedade, a presidente explica em uma frase o porquê de 35 anos à frente do grupo: “Se não existir a doação das pessoas para os mais necessitados, o que poderemos esperar do mundo?”

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