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Ivaldo Roque

A próxima segunda-feira (17) marcará os 32 anos de falecimento de Ivaldo Roque, o nosso grande compositor e cantor que, no período em que viveu em Porto Alegre elevou o nome de sua terra natal, trabalhando no Correio do Povo, lecionando na Faculdade Palestrina, integrando o grupo Pentagrama (ao lado de feras como Kenny Braga, Loma, Osvil Lopes e Jerônimo Jardim), participando de festivais de música, logo compondo muito e com qualidade, ora sozinho, ora em parceria de outros compositores como Jerônimo Jardim, com quem fez MODA DE SANGUE, gravada por Elis Regina e que foi tema da novela das oito, Coração Alado, da Rede Globo, além de Talo Pereyra, José Matzembacher, Robson Barenho e Beta Jager, entre outros. Em Laguna e em Porto Alegre, Roque recebeu homenagens, dando o seu nome a ruas (na capital gaucha no bairro Chapéu do Sol e aqui no bairro Roseta).
Nascido em Laguna, Ivaldo Roque antes de completar a maioridade, deixou a família e os amigos da Roseta, bairro onde nasceu e se criou, foi para a cidade de Porto Alegre em busca de melhores oportunidades. Lá chegando enfrentou muitas dificuldades, tendo de trabalhar como servente de pedreiro nas construções da capital gaúcha. Sem nenhum parente, sem residência fixa e menor de idade, foi levado para um internato onde aprimorou seu talento como violonista, herança herdada de seu pai que era músico, além de aprender a profissão de linotipista. Quando alcançou a maioridade saiu do internato e foi trabalhar no jornal Correio do Povo, da Empresa Jornalística Caldas Júnior, ao mesmo tempo em que começava a mostrar seu talento musical, tornando-se um dos mais respeitados músicos do Rio Grande do Sul, apresentando-se em casas noturnas de Porto Alegre, como o famoso restaurante “ Vinha D’Alho”, da rua Bento Gonçalves, onde conheceu grandes nomes da música como Lupicinio Rodrigues, Elis Regina, Hermes Aquino, Belchior, Plauto Cruz, Talo Pereyra, Loma, Jerônimo Jardim, Eliana Pitman, Peri Ribeiro, Beta Jagger, Robson Barenho, Giba, Vitor Ramil, José Fogaça (ex-senador e prefeito de P. Alegre), Carlos Alberto Roxo, José Matzembacher, entre outros. Também foi professor de violão na Faculdade de Música Palestrina. Fez parte de vários grupos musicais famosos como o Pentagrama, com quem gravou vários discos. Além de violonista foi também um excelente compositor, tendo participado de muitos festivais, como o da Califórnia da Canção Nativa, vencendo alguns deles. É dele a autoria da música em homenagem a Nossa Senhora dos Navegantes, padroeira de Porto Alegre e que se tornou hino oficial da grande e tradicional festa religiosa que acontece todos os anos, (dia 2 de fevereiro)na capital gaúcha. Cantores famosos como Eliana Pitman, Peri Ribeiro e Elis Regina, gravaram algumas de suas composições, ganhando destaque Moda de Sangue (em parceria com Jerônimo Jardim), gravada por Elis, a saudosa Pimentinha, que fez parte do seu disco Saudades do Brasil e foi trilha sonora da novela Coração Alado, da Rede Globo. Como compositor, Ivaldo também fez sambas enredos para as escolas de Samba Praiana, de P. Alegre, Brinca Quem Pode, Mocidade Independente e Democratas, de Laguna. É dele também, a bela música “Perfume de Praia” em homenagem ao pescador, que foi tema musical de um dos mais belos momentos da encenação “A República em Laguna”. Mas na bela Porto Alegre, que tão bem acolheu o nosso Ivaldo, ele também fez sucesso na Rádio Gaúcha, apresentando o programa “Gaúcha dá samba”, sempre em companhia de Carlos Alberto Roxo e Cláudio Brito. Mas lá ele casou e teve dois filhos (um menino e uma menina). Divorciado voltou para a cidade natal, casando-se pela segunda vez e tendo mais duas filhas. Já aposentado, passou a viver como sempre sonhara, junto de sua mãe, de seu irmão e de seus amigos. Mas nunca parou de trabalhar, atuando aqui nas duas emissoras de rádio, no jornal O Renovador, onde assinava uma coluna, ministrando aulas de violão e até desempenhando por algum tempo, como assessor de imprensa da Prefeitura. Faleceu no dia 17 de abril de 1985. Após 32 anos de sua morte, ainda sentimos muitas saudades do amigo. Em sua homenagem, aqui está a letra de “Perfume de Praia”, também chamada por ele de “Maresia”, sua última composição:
“O galo que te anuncia / também revela que o dia / te chama pra navegar / mas depois de tanto abraço/ com que braços vai remar / a canoa que te leva / talvez te sirva de cama / na hora de descansar / mas se tens todo meu corpo porque te cansas do mar / pescador do peito quente / trás teus peixes e presentes / bem antes que a tarde caia / das algas quero sementes / de ti perfume de praia / laiá, laiá, lá, laia,laiá….”
(Com a colaboração do radialista e carnavalesco Sousa Júnior.)

Lagunense nascido às 9h do dia 12 de fevereiro de 1939, filho de Nair Maria de Jesus e de Hercílio Roque e reconhecido em outras regiões, especialmente em Porto Alegre que o adotou na maior parte de sua vida, o compositor Ivaldo Roque, cedo, dos 8 aos 14  anos de idade trabalhou como entregador de telegramas da antiga Companhia Telefônica Catarinense, onde hoje funcionam as Lojas Fretta, mas demonstrando e até provando que sabia tudo de violão. Fez o primário na Escola Comendador Rocha. Em seguida foi para Porto Alegre, onde aprendeu a profissão de tipógrafo e passou a trabalhar nas oficinas do Correio do Povo, à rua Caldas Junior, ali alcançando a merecida aposentadoria. Mas em meio ao trabalho no Correio do Povo, Ivaldo continuava compondo e até se apresentando em restaurantes e  casas noturnas como Vinha D’Alho e Chão de Estrelas. Foi ali que conheceu, entre outras feras, como ele, Lupicínio Rodrigues e Elis Regina, a Pimentinha que pediu uma composição a Ivaldo, gravando  Moda de Sangue (feita em parceria com Jerônimo Jardim) e “estourando”em todo o Brasil, no disco Saudades do Brasil, sendo teme das novelas Coração Alado e Torre de Babel, da rede Globo. Outro grande “monstro”da música popular brasileira, Pery Ribeiro, também “gravou Ivaldo Roque”, com a música O rancho convida. Roque  também fez a música Porto Seguro que Eliana Pitmann gravou em seu disco Das duzentas milhas para lá. Mas o nosso conterrâneo também foi professor universitário, lecionando na Faculdade Palestrina. Ali teve inspiração para compor a obra erudita Prelúdio Regional, editada em Nova York e que até hoje faz parte de repertórios de concertistas de violão que executam autores latino-americanos.Com sangue de carnaval nas veias, ele integrou a ala de compositores da Escola de Samba Academia Praiana, ganhando o título do carnaval de Porto Alegre em 1976. Junto com Osnil Lopes, Jerônimo Jardim, Kenny Braga e Loma, formou o Grupo Pentagrama, lotando os auditórios da capital gaúcha. À pedido da secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul, em parceria com Jerônimo Jardim compôs a música (Festa dos Navegantes) que seria e é o tema oficial da festa de Nossa Senhora dos Navegantes, a maior festa religiosa de lá. Ao lado de Carlos Alberto Barcelos, o Roxo apresentou o programa “Gaúcha dá samba”, pela Rádio Gaúcha, focalizando tudo sobre o carnaval.Bem, aí estava na hora de retornar para o torrão natal e aqui compôs temas para Mocidade Independente e Brinca Quem Pode e até trabalhou no Departamento de Turismo e na Rádio Difusora e durante o verão, sua casa era “invadida” por amigos como José Matzembacher, Talo Pereyra, Beta Jagger, Loma, Jerônimo Jardim, entre dezenas, que vinham  visitá-lo. Ivaldo Roque faleceu aqui em 17 de abril de 1985.

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