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A trajetória do laguense Mengalvio Figueiró

No dia em que o mundo está de olho na abertura do Campeonato Mundial de Futebol, conheça a história do lagunense que conquistou a Copa de 1962

A família Figueiró fez história no futebol. Dos 11 filhos, dois deles, Luís e Mengalvio, tiveram passagem pela seleção brasileira. E quem ganha destaque hoje é o eterno craque Mengálvio Pedro Figueiró. Filho de Antônio e de dona Maria Florisbela, o lagunense nasceu no dia 17 de outubro de 1938. Seu pai, o maestro da banda da cidade, só o registrou no dia 17 de dezembro, por isso existe muita confusão quanto ao dia de seu nascimento.
Seu Antônio não gostava de futebol, já o filho apareceu para o mundo da bola jogando na equipe do Barriga Verde FC.
Mengálvio era um dos destaques do time do Batalhão onde prestava o serviço militar, época em que foi indicado por um tenente para o Clube Esportivo Aimoré de São Leopoldo (RS).
No ano de 1957, a equipe que defendia apresentou uma participação elogiável no Campeonato Gaúcho e o futebol mostrado pelo garoto alto e esguio, de 18 anos, se destacou sendo elogiado pela imprensa de Porto Alegre.
No ano posterior, Mengálvio já fazia parte da Seleção Brasileira que disputou o Pan-Americano da Costa Rica. O atleta foi encaminhado ao Santos pelo empresário Arnaldo Figueiredo, que levou em conta os comentários entusiasmados do comentarista esportivo Pedro Luiz, na cobertura do Torneio Pan-Americano.
Ter sido um dos integrantes e dono da camisa oito do Ataque do Século é uma honra que Mengálvio ostenta com orgulho. O meio-campista era responsável pela marcação e armação de jogadas ao lado de seu companheiro José Ely Miranda, o Zito.
Suas atuações discretas, porém eficientes, davam maior liberdade aos colegas de ataque que confiavam em seu desempenho, quando defendia a intermediária do Peixe. Pelé o definiu como “um jogador de grande habilidade, inteligente e dinâmico”.
Os dirigentes do Santos, informados da existência do jogador que ia conquistando o seu espaço no futebol gaúcho, foram rápidos e entraram em contato com o empresário Arnaldo Figueiredo. Outros times da Capital Paulista também mostravam interesse na jovem promessa do Sul, mas o Santos foi mais rápido e contratou o meio-campista.
Mengálvio teve o aval do também craque Raul Donazar Calvet, que o indicou ao técnico Luiz Alonso Perez, o Lula, que aprovou a contratação do craque. Sua contratação tinha como objetivo principal substituir o veterano Jair Rosa Pinto. Era uma enorme responsabilidade, mas isso não o assustou e ele cumpriu à risca a função com muitos méritos.
Mengálvio foi apresentado aos torcedores na Vila Belmiro em março de 1960 e fez sua primeira apresentação no empate em 2 a 2 com a Portuguesa de Desportos, no dia 19 de abril de 1960, no Estádio do Pacaembu, pelo Torneio Rio-São Paulo.
O meio-campista entrou no lugar de Ney Blanco. O Santos jogou com Laércio, Feijó, Mauro e Zé Carlos; Calvet (Formiga) e Zito; Dorval, Ney Blanco (Mengálvio), Coutinho, Pelé e Pepe. Os gols santistas foram de Ney Blanco e Zito. Nessa partida nascia também aquele que é conhecido como “O Ataque dos Sonhos”, pois além dele tinha também Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe. Os cinco craques jogariam juntos em 97 partidas, conquistando 68 vitórias, empatando 11 e perdendo 18 partidas; marcando 314 gols e sofrendo 155, com uma média assombrosa de 3,23 gols marcados por partida.
Apelidado pelos companheiros de “Pluto”, uma referência ao simpático personagem canino das histórias em quadrinhos da Disney, Mengálvio foi reserva do excelente Didi no Mundial do Chile em 1962. Dono de um futebol clássico e elegante, Mengálvio conquistou a Copa do Mundo de 1962 e a Copa Rocca em 1963.
Com 1,79m e 68 quilos ele era conhecido como um falso lento. A bem da verdade, ele mantinha o mesmo ritmo sem oscilações durante toda a partida.
Em 1968, Mengálvio foi emprestado ao Grêmio, e no seu retorno ao Santos foi novamente emprestado só que dessa vez para o time do Milionários da Colômbia e lá ganhou o Torneio Finalización. A última vez em que vestiu a camisa do Alvinegro Praiano foi no dia 18 de maio de 1969, no empate em 1 a 1 contra a equipe do São Bento.
Seleção Brasileira
O jogador esteve com a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1962, no Chile, quando o Brasil conquistou o bicampeonato mundial.
Foi o reserva de Didi. Com a Amarelinha, Mengálvio fez 14 partidas e marcou um gol, no dia 15 de março de 1960, em jogo válido pelo Campeonato Pan-Americano.

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