O setor da carcinicultura nacional ganha uma nova “injeção de ânimo” mesmo após a extinção do Ministério de Aquicultura e Pesca. O anúncio da ministra Kátia Abreu (da pasta da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em reunião realizada no final do mês passado, acendeu uma “luz no fim do túnel” dos carcinicultores com a criação de uma câmara setorial. Segundo o site “Investimentos e Notícias,”esta câmara terá a duração de um ano, prorrogável por mais um. O objetivo principal, segundo o site, será a organização do setor e as demandas dentro do ministério. O ministra anunciou ainda que após sua conclusão, a câmara da carcinicultura deverá ser englobada pelas câmaras de pesca e aquicultura, que futuramente também deverão ser criadas. O MAPA, que englobou o antigo MPA, recebeu 20 criadores de camarão na referida reunião e assumiu que o país tem potencial para aumentar a produção e a exportação de camarão, estimulando inclusive o consumo interno. No entanto, o MAPA cita também que é necessário reduzir custos por meio de pesquisa e tecnologias, além de elaborar políticas públicas de incentivo ao setor. Países como Estados Unidos, já demonstraram interesse em voltar a importar o produto do Brasil. O mercado americano cresce quase em progressão geométrica e não cresce mais por conta da oferta mundial que não acompanha. Além disso, recentemente, importadores vietnamitas visitaram o estado do Ceará, conheceram fazendas da região e demonstraram pleno interesse na importação do camarão daquele estado. “Queremos ser grandes produtores e exportadores de camarão e faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar os criadores”, afirmou a ministra. Os criadores estão animados com a possibilidade de aumento no consumo interno de camarão, além das pretensões de voltar a exportar os crustáceos. Entre as demandas reivindicadas pelo setor está a dificuldade em obter licenciamento ambiental e a cobrança de PIS e COFINS da ração, do camarão e das importações. Itamar Rocha, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCCAM),cobrou a elaboração de uma política pública para investimento e custeio da carcinicultura e um programa de pesquisa e tecnologia voltado para o setor, inclusive com estudos sobre melhoramento genético. Vale ressaltar o contentamento por parte dos produtores que agradeceram ao apoio do MAPA e demonstram otimismo em relação ao crescimento da carcinicultura no Brasil. Segundo os produtores, o MAPA representa uma esperança para o setor. A pasta pretende ainda lançar um programa de defesa agropecuária da carcinicultura a fim de evitar a introdução e disseminação de novas doenças e de manter o controle de enfermidades que já que atingem a produção no Brasil.
Por:
Prof. Dr. Eduardo Guilherme Gentil de Farias, Engenheiro de Pesca
Prof. Dr. Giovanni Lemos de Mello, Engenheiro de Aquicultura
Prof. Dr. Jorge Luiz Rodrigues Filho, Biólogo
Prof. Dr. Maurício Gustavo Coelho Emerenciano, Zootecnista
aquicultura.pesca@gmail.com
