Toda mudança traz desconforto – até mesmo quando é para melhor. Na NeuroTranspor, vivemos recentemente a experiência da mudança de sede. Enquanto organizávamos caixas, adaptávamos salas e redesenhávamos o espaço, uma pergunta ecoava em nossos atendimentos: Como preparar as crianças para lidar com as mudanças da vida?
Mudanças, como troca de escola, separação dos pais, chegada de um irmão ou até um simples rearranjo em casa – mexem com o senso de segurança infantil. Para crianças típicas, esse processo já exige cuidado e diálogo. Para crianças atípicas, como aquelas com autismo, TDAH ou outras condições, o impacto pode ser ainda mais desafiador, pois a previsibilidade é parte fundamental do bem-estar.
Alguns pontos podem ajudar neste processo.
Antecipe e explique – Use uma linguagem simples, visual e concreta. Conte com antecedência o que vai acontecer, como e por quê. Fotos, mapas, histórias e até visitas ao novo local ajudam muito.
Valide os sentimentos – Deixe a criança expressar o que sente. Medo, saudade e insegurança são naturais. O acolhimento vem antes da correção.
Crie rotinas adaptadas – Em meio à mudança, mantenha o máximo de constância possível: horários, objetos familiares e rituais diários ajudam a criança a sentir que o mundo não está totalmente “virado de cabeça para baixo”.
Dê papel ativo à criança – Permita que ela participe da mudança, escolhendo o lugar dos brinquedos, ajudando a arrumar a nova mochila ou desenhando como imagina o novo espaço. Isso dá senso de controle.
A mudança da sede da nossa clínica foi mais do que logística – foi uma lição viva sobre como crescer exige coragem, paciência e muito diálogo. Aprendemos que não são apenas paredes novas que acolhem melhor, é o cuidado em cada transição, seja física ou emocional.
Afinal, mudar também é aprender a confiar.
*Por Erika Zanella – Neuropsicopedagoga, Psicopedagoga e Psicanalista CEO da NeuroTranspor.
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